sábado, 1 de março de 2014

No meu retrato não vês



No meu retrato não vês

Diverso do que vês no meu retrato
que nem na parede estará
Eu me faço nuvem, ousadia de voar
Isto a lente não captará

Diferente do que aparece naquela foto
que nem ao futuro ficará
Eu me faço árvore, necessidade de enraizar
Isto o foco não definirá

Como arte da natureza, traço
o risco que me definirá
Mas também disto a máquina
de mim, não saberá

Como parte do mundo, marco
o ponto que me formará
Têxtil destino nos franzidos
da vida que me subordinará

Anorkinda


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